segunda-feira, 30 de março de 2015

15 citações de How I Met Your Mother


 Hoje faz um ano desde que How I Met Your Mother acabou e, apesar de eu ter odiado o final, a série continua sendo uma das minhas favoritas e tendo espacinho reservado no meu coração. Por isso, resolvi separar algumas citações que gosto e que possam fazer sentido para outra pessoa. 
 Claro que tem mais um monte de coisa que amo - como a perfeição do xingamento "você é a bosta que a bosta caga" -, mas selecionei um pouquinho de amor e conhecimento que esses maravilhosos personagens passaram ao longo das 9 temporadas.

1. Quando fico triste, eu paro de ficar triste e me fico incrível no lugar ("whenever I'm sad, I stop being sad and be awesome instead") - Barney Stinson: Logicamente, Barney Stinson teria que dar o ar da graça nessa lista <3. Amo essa frase e, inclusive, acho que o mundo seria bem mais feliz se aplicássemos isso diariamente. Pra que ser triste quando se pode ser incrível?

2. A menor coisa pode causar um efeito dominó que muda a sua vida ("the littlest thing can cause a ripple effect that changes your life") - Ted Mosby: Eu ouvi um coro gritando SIM? Porque, nossa, SIM. Essa frase é muito real e amor.

"Eu requiro o mais alto dos hi-fives"
3. Às vezes, procuramos por uma coisa, mas encontramos outra ("sometimes we search for one thing but discover another") - Barney Stinson: O Barney mais uma vez, com uma outra coisa verdadeiríssima. Só faltou adicionar que, às vezes, o que encontramos no fim do caminho é até melhor que o que estávamos procurando no começo. 

4. Eventualmente, todos nós vamos seguir em frente, isso é chamado de crescer ("eventually we’re all gonna move on, it’s called growing up") - Lily Aldrin: A Lily é uma rainha. Não preciso falar nada além disso. Amor eterno.


5. Se você não está com medo, você não está se arriscando e, se você não está se arriscando, estão o que danado você fazendo? ("if you’re not scared, you’re not taking a chance and, if you’re not taking a chance, then what the hell are you doing?") - Ted Mosby: Sim. Sim. Sim. De que adianta acordar todo dia e viver um dia inteirinho se você não vai fazer nada em direção ao próximo passo? Mudar é assustador, mas vale a pena.

6. O maior erro seria não cometer um erro porque você vai passar a sua vida inteira sem saber se era um erro ou não ("the biggest mistake would be not to make that mistake because then you’ll go your whole life not knowing if something was a mistake or not") - Lily Aldrin: Essa citação segue mais ou menos a ideia da citação anterior. É inevitável cometer erros, mas esse é o único caminho que nos leva até os acertos.

7. Você não pode pular direto para o final, a jornada é a melhor parte ("you can't jump straight to the end, the journey is the best part") - Robin Scherbatsky: Todas as citações acabam voltando pro mesmo lugar, mas não dá pra resistir. Além do mais, é sobre isso que a série fala (até o penúltimo episódio, pelo menos).

8. Nós nos esforçamos muito para esconder algumas partes da nossa vida, até dos nossos amigos mais próximos, mas nas raras ocasiões em que nos abrimos, é incrível quão pequenos esses segredos acabam sendo ("we spend so much effort trying to keep thing hidden, even from our closests friends, but in those rare times when we do open up, it's amazing how minor those secrets all end up being") - Ted Mosby: Posso falar SIM mais uma vez ou já tá demais? A sinceridade é maravilhosa e dividir coisas complicadas com quem amamos sempre diminui o problema, nem que seja um pouquinho.

9. O futuro é assustador, mas você não pode simplesmente correr de volta para o passado só porque é familiar ("the future is scary, but you can't just run back to the past because it's familiar") - Robin Scherbatsky: Além de ser da maravilhosa Robin, essa citação combina com o que eu to vivendo agora, então é amor duplo. 

10. Às vezes, as coisas tem que se desfazer para dar espaço para coisas melhores ("sometimes, things have to fall apart to make way for better things") - Ted Mosby: Obviamente o Ted não segue os conselhos dele. Mas, isso não quer dizer que eles não são bons.


"Isso com certeza vai para o meu blog!"
11. Não importa o que você faça na vida. Não vai ser lendário, a menos que os seus amigos estejam lá para ver ("no matter what you do in life, it's not legendary unless your friends are there to see it")- Barney Stinson: Uma das coisas mais legais das quais a série trata é o valor da amizade. E, no fim das contas, sem os amigos, as coisas não valem tanto a pena.

12. Acho que você tem que aceitar que às vezes na vida, você só não consegue revidar aquele soco ("I guess you have to accept that sometimes in life you just don’t get that knockout punch") - Tracy McConnell: Conselho também conhecido como "a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena". 



13. Você precisa aproveitar a importância disso agora ("you need to appreciate the importance of it right now") - Lily Aldrin: Por enquanto não conseguimos desenvolver uma máquina do tempo, o que quer dizer que, até lá, teremos que aproveitar as coisas da forma mais intensa possível porque elas não voltarão.

14. Essa é a vida, sabe? Nós nunca terminamos onde você achou que queria estar ("that’s life, you know? we never end up where you thought you wanted to be") - Marshall Eriksen: Isso parece muito com o primeiro post do blog, o que torna tudo ainda mais legal. Fora isso só posso dizer que SIM!!!

15. Os momentos bons da sua vida não vão ser necessariamente ser sobre as coisas que faz, eles também vão ser sobre as coisas que acontecem com você ("the great moments of your life won't necessarily be the things you do, they'll also be the things that happen to you") - Ted Mosby: A felicidade é imprevisível. Ainda bem.


Eu depois desse post.

quarta-feira, 25 de março de 2015

A arte de ser fangirl

Síntese desse post.
 Meu primeiro grande ídolo foi Daniel. Aquele que canta que quem gosta de rodeio, bate forte com a mão. Eu tinha um poster dele colado na porta do meu quarto, uma coleção de revistas e a certeza de que, quando crescesse, iria casar com ele. Nada me irritava mais do que quando alguém dizia que era só uma fase e que eu iria superar. Como eles ousavam duvidar do meu amor verdadeiríssimo por um cara que é somente quase 30 anos mais velho que eu e que nunca vi na vida?
 Mais ou menos no mesmo período veio Rouge e, por um curto tempo, Bruno e Marrone. Depois conheci os Jonas Brothers, Demi Lovato, Miley Cyrus e toda aquela geração de artistas saídos diretamente da Disney. E daí a frente foi só ladeira abaixo porque eu nunca mais parei de ser fangirl. McFly, The Wanted, The Maine, One Direction e o elenco de uma porção de séries já foram alvos do meu amor.
 Eu gosto muito de admirar pessoas. Não sei como isso pode soar, mas admiro muita gente e gosto de mostrar isso. Gosto de elogiar os outros e de deixar bem claro o quanto sou abobada. Faço isso com meus amigos, meus pais e meus professores. Coitados dos meus professores por terem que lidar com alguém tão fangirl quanto eu. Coitada da professora que sem querer conquistou tanto minha admiração que conseguia me fazer acordar de 6h nas férias para ir assistir a uma aula de recuperação, só por saber que era uma das minhas últimas oportunidades. Coitada da que eu sou a presidente do fã-clubes há anos e que conta com a minha presença no colégio mesmo depois do fim do Ensino Médio e que ainda recebe mensagens minhas no Facebook, desejando feliz dia da mulher e falando da saudade que tenho. Mas, sim. Sou fã de uma porção de gente e faço isso o dia todo.
 E não sou simplesmente fã, sou uma fã babaca. Já escrevi fanfics - que é, basicamente, uma história fictícia criada por fãs que envolve os ídolos -, chorei no casamento do Kevin, chorei quando o filho do Tom Fletcher nasceu, chorei assistindo show online, já dei quase 100 reais na biografia do Neil Patrick Harris, tenho salvas várias fotos das mãos do Joe Jonas e dos membros do One Direction, gastei muito dinheiro pra conhecer a Demi Lovato e só consegui falar uma frase, tagarelei com o Josh Radnor porque estar ao lado dele me fazia querer gritar de alegria. Sou otária o tempo todo e ainda obrigo os meus amigos a me ouvirem relatando as tensões das séries e elogiando a beleza alheia.
 Mas, meu objetivo não é confirmar que sou patética. Isso eu já sei faz muito tempo. Quero dizer que essas coisas são legais e que vivê-las é fantástico. Estar nos fandoms desses artistas já me deu amizades que são valiosíssimas e me fez viver coisas inesquecíveis. Quando passa você pensa que foi um micão, mas, no momento, gritar pra Demi Lovato que ela deveria casar com você não era nada além de natural.

Eu me recuso a morrer e parar de respirar até que eu tenha o conhecido.
 Por isso entendo que algumas fãs estejam sofrendo porque o Zayn saiu do One Direction, até porque já estive um dia chorando toda a minha alma porque a banda que tinha sido minha favorita por 5 anos tinha acabado (alô, Jonas Brothers). Não tem problema xingar no Twitter e dizer que é o dia mais triste da história da humanidade, mesmo que isso seja um exagero. Não tem problema arrancar os posteres da parede numa cena dramática. Tá tudo certo.
 Claro que, assim como qualquer coisa na vida, isso tem limites. E aquela hashtag que incitava a mutilação num gesto de revolta contra a saída dele da banda ultrapassa todos eles. Porque aí já é demais, né? Não permita que essa coisa maravilhosa que é se apaixonar por gente que você nem conhece se torne algo doloroso. 
 É ótimo comemorar um gif. É ótimo ter otps e ver a interação entre eles. É ótimo conseguir ser respondido no Twitter depois de tentar muito. E é assim que deve ser. Deve ser legal, deve ser prazeroso. Não é motivo de vergonha admirar o trabalho de alguém e eventualmente pensar que seria massa se vocês tivessem idades mais próximas e pudessem se casar na praia. 
Confesso que ri bastante dos menes criados depois disso tudo, mas que, no fundo, também fiquei sentida porque acho o Zayn a coisa mais graciosa que já pisou nesse planeta e porque realmente sou apaixonada por as high notes que ele consegue dar com maestria. Mas, é isso aí. Ser fangirl também implica em ter esses momentos que você tem vontade de socar a própria cara, de vez em quando.
 Mas, vale a pena. Porque, particularmente, é uma das coisas que mais gosto de ser.

Minha reação sempre que olho pra Zayn Malik.

terça-feira, 17 de março de 2015

Consideramos justa toda forma de amor


  A acusação de que a homossexualidade vai "destruir a família" é cada vez mais popular. Talvez seja falta de um argumento melhor. Talvez seja só implicância. De qualquer forma, existem uma porção de formas pelas quais famílias são REALMENTE destruídas. 
  1. Agressão: Uma mulher é agredida no Brasil a cada cinco minutos. A cada duas horas, uma morre. 
  2. Estupro: Em quase 79% das ocorrências de estupros de crianças acontecem dentro de casa. Com adolescentes, o número é de 67% e com adultos é de 65%. 
  3. Homofobia: Mais de 300 mil adolescentes foram expulsos de casa, nos Estados Unidos, ao contarem aos pais sua orientação sexual. 
 Eu entendo que a sua vontade seja pregar o que está na Biblía, mas, pelo que eu saiba, também está escrito que devemos amar ao próximo. E amor inclui respeito, inclui aceitação, inclui saber que nem todo mundo é igual. É ver as diferenças e saber que, no fim das contas, não tem o menor problema.
 Num mundo com tantos assassinados, agressões, estupros, sequestros e uma porção de barbaridades acontecendo, por que o que se tenta combater é o amor? É absurdo que as pessoas tenham se tornado tão intolerantes. 
 Uma família não precisa ser igual a sua para que seja legítima. Quando se diz que é preciso de um pai e uma mãe para que a família seja válida, são invisibilizadas não só as famílias com dois pais e duas mães, mas também as que não tem um deles ou os dois por qualquer motivo. Se os pais morrem e a criança vai viver com os avós, ela deixou de ter família? Esse é o conceito mais egoísta de todos.
 O que faz com que os filhos de casais homoafetivos sofram não é a incapacidade dos pais ou das mães, nem a falta da ~presença de alguém do sexo oposto~ em posição de poder. O que os traumatiza, os maltrata e os faz sofrer é que as pessoas não aceitem que a sua vida não seja regrada conforme as convenções sociais.
 A educação familiar não é prejudicada, mas o convívio com crianças que herdaram de seus pais uma ideologia preconceituosa é doloroso. Como isso possivelmente seria justo? Como é que impedir o seu filho de brincar com um colega da escola que tem dois pais é mais aceitável do que ver uma criança cuja família é diferente do modelo imposto sendo feliz?
 Enquanto na casa ao lado estão ensinando que o amor é o mais importante e que ele é válido em qualquer dimensão, na sua você está passando a noção de que seu filho não deve lidar com as diferenças, que deve repreendê-las, invés de respeitá-las. Não tenho poder de julgar a ideologia alheia e nem gostaria de tê-lo, mas, enquanto o seu umbigo estiver no centro do universo, o mundo não poderá girar em total capacidade.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Todo dia é nosso dia


 Sempre fui muito chata com determinações impostas sem explicação convincente. Não entendia por que, enquanto meu irmão era judoca, eu não podia praticar o mesmo esporte. Não entendia por que certas brincadeira eram só de meninas ou só de meninos. Quando meu professor disse que era impossível contar até um milhão, comecei a contar um pouquinho todo dia pra provar que ele estava errado. Nunca descobri a resposta porque, depois de uns meses, cansei.
 Isso não quer dizer que, mesmo sendo de uma família/cidade/galáxia majoritariamente de direita, nasci sendo de esquerda, feminista e ativista. Na verdade, até fui de direita por um longo tempo, afirmando que "esse negócio de igualdade" impedia que as pessoas crescessem. Já disse que Bolsa Família e cotas eram propostas idiotas. Já fiz redação concordando com pena de morte. Discuti com o tal professor que falou da impossibilidade de contar até um milhão (um dos mais incríveis e pacientes professores do universo!) falando que o socialismo era uma utopia e que quem acreditava nisso era, no mínimo, muito iludido. E nem faz tanto tempo assim. 
 Conheci o feminismo no comecinho de 2013. Li um pouquinho e achei que era a coisa mais incrível do mundo. Até que descobri que as feministas eram a favor da legalização do aborto. Isso foi mencionado por um professor que as chamava de assassinas. E com razão, né? Porque essa era a ideia mais maluca que eu já tinha ouvido. Como assim liberdade feminina? Meu corpo, minhas regras coisíssima nenhuma. Achei uma palhaçada sem tamanho e parei de sequer ler sobre o assunto.
 Uns meses depois, encontrei um blog (o Escreva, Lola, Escreva) que falava de feminismo em mais áreas do que eu imaginava que fossem afetadas pelo machismo. Foi um choque pra mim, a garota que já tinha feito uma colega de classe chorar dizendo que ela era uma vadia e ia morrer sozinha (se você estiver lendo isso, me perdoe! Eu fui uma babaca!), que a ideia de que mulher tem que se "dar o respeito" era machista. Uéeee, mas não é assim que as coisas são no mundo?
 Perai, quer dizer que quem usa roupa curta não tá dando abertura pra assédio e estupro? Quer dizer que não existe esse negócio de ser feminina? Foi tudo uma invenção? É meio assustador descobrir que tudo em que você sempre acreditou era uma grande mentira do patriarcado criada justamente para oprimir. Ainda me levou um bom tempo para que eu superasse o nojo de menstruação e um bando de outras manias horríveis. Se alguém voltasse no tempo e me dissesse que, durante as eleições, eu estaria usando broche de Dilma e colando adesivo até na testa, eu ia questionar a sanidade da pessoa.
 A desconstrução não acaba nunca. Porque mesmo pra quem nunca achou que homossexualidade fosse pecado, há muitas coisas que nos foram impostas e que estão completamente erradas. Desconstrução de conceitos racistas, elitistas e de mais um monte de coisa que nem sabemos que é preconceito até que alguém grite na nossa cara. O feminismo foi, para mim, a abertura para isso. Considero o movimento como um divisor de águas na minha vida. Quem diria que um bando de mulheres revoltadas e reclamonas seriam capazes não só de fazer com que eu me tornasse uma delas, mas também de me mudar completamente?
 É para isso que o dia de hoje serve. Não para distribuir flores, chocolates e presentes. Não para sermos parabenizadas. Mas, para reforçarmos nossa luta. Para lembrarmos de quem luta diariamente para a conquista dos direitos que ainda nos faltam. Para agradecermos ao ativismo de internet que, apesar de ser considerado inferior ao do das pessoas que vão à rua, muda a vida de uma porção de gente diariamente.
 Para agradecer a quem faz marcha, a quem protesta, a quem grita. E a quem senta e explica, calmamente - ou nem tanto assim - como é que as coisas são. A quem tira nossas dúvidas, mesmo que elas soem muito primárias. A quem, mesmo sem paciência, repete mais e mais vezes o que é certo e o que é errado. A quem gasta o tempo escrevendo uma postagem gigantesca no Facebook ou em um blog problematizando algo.
 É um dia para lembrar de quem é assediada todo dia no caminho do trabalho. De quem sofre com violência doméstica. De quem foi assassinada. De quem já teve que enfiar uma agulha de crochê no útero para abortar o bebê de quem não pode cuidar. De quem se pesa várias vezes durante o dia e de quem vomita depois de cada refeição. De quem sofre com gaslighting. De quem tem é alvo de lesbofobia e de racismo. De quem tem que se submeter a acusações gordofóbicas.
 A nossa luta não acabou, não está nem perto do fim. A nossa luta continuará amanhã e depois e, provavelmente, por mais vários anos. A nossa luta acontece todos os dias.