quarta-feira, 25 de março de 2015

A arte de ser fangirl

Síntese desse post.
 Meu primeiro grande ídolo foi Daniel. Aquele que canta que quem gosta de rodeio, bate forte com a mão. Eu tinha um poster dele colado na porta do meu quarto, uma coleção de revistas e a certeza de que, quando crescesse, iria casar com ele. Nada me irritava mais do que quando alguém dizia que era só uma fase e que eu iria superar. Como eles ousavam duvidar do meu amor verdadeiríssimo por um cara que é somente quase 30 anos mais velho que eu e que nunca vi na vida?
 Mais ou menos no mesmo período veio Rouge e, por um curto tempo, Bruno e Marrone. Depois conheci os Jonas Brothers, Demi Lovato, Miley Cyrus e toda aquela geração de artistas saídos diretamente da Disney. E daí a frente foi só ladeira abaixo porque eu nunca mais parei de ser fangirl. McFly, The Wanted, The Maine, One Direction e o elenco de uma porção de séries já foram alvos do meu amor.
 Eu gosto muito de admirar pessoas. Não sei como isso pode soar, mas admiro muita gente e gosto de mostrar isso. Gosto de elogiar os outros e de deixar bem claro o quanto sou abobada. Faço isso com meus amigos, meus pais e meus professores. Coitados dos meus professores por terem que lidar com alguém tão fangirl quanto eu. Coitada da professora que sem querer conquistou tanto minha admiração que conseguia me fazer acordar de 6h nas férias para ir assistir a uma aula de recuperação, só por saber que era uma das minhas últimas oportunidades. Coitada da que eu sou a presidente do fã-clubes há anos e que conta com a minha presença no colégio mesmo depois do fim do Ensino Médio e que ainda recebe mensagens minhas no Facebook, desejando feliz dia da mulher e falando da saudade que tenho. Mas, sim. Sou fã de uma porção de gente e faço isso o dia todo.
 E não sou simplesmente fã, sou uma fã babaca. Já escrevi fanfics - que é, basicamente, uma história fictícia criada por fãs que envolve os ídolos -, chorei no casamento do Kevin, chorei quando o filho do Tom Fletcher nasceu, chorei assistindo show online, já dei quase 100 reais na biografia do Neil Patrick Harris, tenho salvas várias fotos das mãos do Joe Jonas e dos membros do One Direction, gastei muito dinheiro pra conhecer a Demi Lovato e só consegui falar uma frase, tagarelei com o Josh Radnor porque estar ao lado dele me fazia querer gritar de alegria. Sou otária o tempo todo e ainda obrigo os meus amigos a me ouvirem relatando as tensões das séries e elogiando a beleza alheia.
 Mas, meu objetivo não é confirmar que sou patética. Isso eu já sei faz muito tempo. Quero dizer que essas coisas são legais e que vivê-las é fantástico. Estar nos fandoms desses artistas já me deu amizades que são valiosíssimas e me fez viver coisas inesquecíveis. Quando passa você pensa que foi um micão, mas, no momento, gritar pra Demi Lovato que ela deveria casar com você não era nada além de natural.

Eu me recuso a morrer e parar de respirar até que eu tenha o conhecido.
 Por isso entendo que algumas fãs estejam sofrendo porque o Zayn saiu do One Direction, até porque já estive um dia chorando toda a minha alma porque a banda que tinha sido minha favorita por 5 anos tinha acabado (alô, Jonas Brothers). Não tem problema xingar no Twitter e dizer que é o dia mais triste da história da humanidade, mesmo que isso seja um exagero. Não tem problema arrancar os posteres da parede numa cena dramática. Tá tudo certo.
 Claro que, assim como qualquer coisa na vida, isso tem limites. E aquela hashtag que incitava a mutilação num gesto de revolta contra a saída dele da banda ultrapassa todos eles. Porque aí já é demais, né? Não permita que essa coisa maravilhosa que é se apaixonar por gente que você nem conhece se torne algo doloroso. 
 É ótimo comemorar um gif. É ótimo ter otps e ver a interação entre eles. É ótimo conseguir ser respondido no Twitter depois de tentar muito. E é assim que deve ser. Deve ser legal, deve ser prazeroso. Não é motivo de vergonha admirar o trabalho de alguém e eventualmente pensar que seria massa se vocês tivessem idades mais próximas e pudessem se casar na praia. 
Confesso que ri bastante dos menes criados depois disso tudo, mas que, no fundo, também fiquei sentida porque acho o Zayn a coisa mais graciosa que já pisou nesse planeta e porque realmente sou apaixonada por as high notes que ele consegue dar com maestria. Mas, é isso aí. Ser fangirl também implica em ter esses momentos que você tem vontade de socar a própria cara, de vez em quando.
 Mas, vale a pena. Porque, particularmente, é uma das coisas que mais gosto de ser.

Minha reação sempre que olho pra Zayn Malik.

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