segunda-feira, 1 de junho de 2015

Arquivo S: O fabuloso destino de Ameliè Poulain

Esse post é parte da categoria Arquivo S: toda segunda-feira, uma nova resenha cinematográfica.
Já faz um tempão que to querendo começar essa categoria no blog porque gosto muito de cinema e sou virginiana demais para resistir ao impulso de criticar as coisas (e com ascendente em câncer demais para não elogiar o que amo). Como não poderia deixar de ser, o primeiro filme da categoria é o filme cujo título inspira o nome desse blog: O fabuloso destino de Ameliè Poulain.
Anão de jardim que inspirou a logomarca do blog.
 Dirigido por Jean-Pierre Jeunet e com Le fabuleux destin d'Amélie Poulain como título original, o filme de 2001 conta a história de Ameliè Poulain, uma garota que, depois de sair da casa em que morava na infância, acaba se tornando uma resolvedora de problemas. Depois da primeira experiência em que ela consegue alegrar uma pessoa desconhecida, ela fica encantada pela possibilidade e começa a fazer isso com quem está ao seu redor.
 Obviamente sou suspeita para falar desse filme porque sou incrivelmente apaixonada por ele, mas juro que é impossível não adorar a delicadeza da obra. A fotografia é lindíssima e tem uma coisa muito interessante: em praticamente todas as cenas há pelo menos um elemento em vermelho. Normalmente a cor está nas roupas da Ameliè, mas, quando não, dá pra notá-la em algo que compõe a cena. Além disso, a produção francesa tem um elenco incrível e uma forma muito legal de desenvolver a história.
Uma curiosidade fofinha é que a atriz que faz a versão infantil da Ameliè é brasileira!
 Uma das minhas coisas favoritas é a forma de introduzir os personagens. Toda vez que alguém diferente aparece, o narrador elenca coisas das quais a pessoa gosta e umas que a desagradam. É muito legal porque, além de dar uma visão mais ampla de quem é apresentado, dá para ver alguns fatos estranhos sobre todo mundo. É mais fácil criar empatia e ainda é bem criativo.
 A trilha sonora é outra muito interessante porque além de ter um papel essencial para o desenvolvimento da história, é composta de músicas originais, a maioria delas do Yann Tiersen. Isso é algo pelo que sou particularmente atraída porque as composições são super delicadas e criam um clima muito agradável.
 Um elemento que tem papel principal no filme é justamente a cidade onde ele acontece. Já vi várias pessoas indo para Paris e fazendo um roteiro turístico baseado nos lugares em que a Amèlie foi porque a forma com que os lugares são mostrados é super acolhedora. Além de ir em pontos conhecidos, a personagem passa por lugares pouco divulgados, permitindo ao telespectador uma visão mais próxima da cidade.
 Só tem uma coisa que me fez tirar meia estrela: a falta de representatividade. Mais uma vez um monte de gente branca, hétero e magra. Pra não dizer que não tem ninguém fora do padrão tem >uma< mulher gorda e >um< homem franco-marroquino. Mas, poxa, né?
 Desejo que todo mundo assista porque, além de ser maravilhoso, é um filme pra tirar aquela ideia besta de que os filmes franceses são chatos. Esse aí é incrível porque toda vez que assisto descubro uma nova coisa para amar! Quatro estrelas e meia e muito amor.

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