sábado, 7 de novembro de 2015

2º Festival de Cinema de Caruaru: Meus dez curtas favoritos

 Foram muitos curtas durante essa semana e pra ficar mais dinâmico pra todo mundo, achei que seria melhor falar sobre quais filmes ganharam meu coração do que resenhar todos eles.
 Não pude ir para todas as mostras, mas fui ao máximo que pude e foi uma experiência muito rica. Os organizadores do evento estão de parabéns em todos os aspectos. Conseguiram promover um festival tão incrível que mal acabou e já estou ansiosa para a terceira edição. 
 Deixei de fora dessa lista os filmes do primeiro dia porque já tinha falado deles antes e já tive que lidar com um batalha interna para decidir os que entrariam nessa lista, mas todas as indicações foram feitas com amor.

Virgindade
 Esse curta pernambucano, com direção e roteiro do Chico Lacerda, tem um estilo documental e fala sobre as primeiras experiências de um cara na descoberta da homossexualidade e de si mesmo como um ser sexual. É incrível porque a narração norteia tudo e funcionou de uma forma maravilhosa. Uma linha do tempo é criada por meio desses relatos e apesar de todos apresentarem esse aspecto de sexualidade, não há nada de relação sexual propriamente dita. O grande foco, pelo menos na minha opinião, é toda a trajetória da infância e da adolescência desse narrador que vai se moldando e descobrindo mais e mais sobre si mesmo. Ele não está disponível na íntegra na internet, mas dá pra ver o trailer. Aviso de amiga pra não dizer que não sabia: tem um monte de imagens de pênis. Se você não gosta, não veja.

Translúcidos
 O filme de Asaph Luccas e Guilherme Candido funciona como um falso documentário: tem o formato documental, mas apresenta narrativas ficcionais. Ele trata sobre uma clínica que vê a transgeneridade como patologia, internando transgêneros e realizando um tratamento com remédios e técnicas behavioristas de aversão que lembram muito o Método Ludovico, do livro/filme Laranja Mecânica. Também não está disponível online, mas há um monte de informações (e o trailer) aqui.

Mulher(es)pelhos
 Realizado pela Secretaria da Mulher de Pernambuco e dirigido por Rayza Oliveira, o curta trata sobre abusos sexuais e o trauma que eles geram nas vítimas. Com relatos fortes e de uma sensibilidade incrível, o filme mostra o desafio que é se encarar no espelho depois desses acontecimentos e reflete sobre as cicatrizes que ninguém pode ver, mas que dificilmente serão apagadas. Infelizmente, nem o curta, nem o trailer estão na internet.


 O filme de Leandro Tadashi é a coisa mais linda do mundo. Tem um ar poético e fala de uma forma delicada sobre a relação de um neto com a avó que acaba de se mudar para a sua casa, o expulsando do quarto em que antes dormia e mudando um pouco a sua rotina. Com muita sutileza, vão explorando o interesse que o amor da pelas plantas conquista em Bruno e como essa forte ligação se torna praticamente um dos personagens. Dá pra conferir o trailer  e morrer de amores aqui.

#Apaixonadinho
 Esse curta é daqueles que aquecem o coração de uma forma tão fofa que é impossível não recomendar pra todo mundo. Com direção de Alexandre Estevanato, ele relata sobre como é estar apaixonado pela primeira vez e é tão adorável que nem sei como explicar. Tenho certeza que todo mundo vai se identificar pelo menos um pouquinho com o drama de encontrar o primeiro amor e ter medo de não ser correspondido e morrer sozinho. O trailer está no Youtube e estou torcendo pra que logo o curta esteja também porque quero reassistir toda vez que ficar triste.

Cadente
 O filme foi dirigido por Diego Lopes e Claudio Bitencourt e tem a direção de arte mais linda do universo. Os cenários e as vestimentas são muito lindos e combinam perfeitamente com a história. Ele fala sobre uma garota que consegue, meio que sem querer, entrar em contato com um astronauta e acaba desenvolvendo o hábito de conversar com ele diariamente. No meio das suspeitas de que seja só um trote, ela também está ao lado de uma mãe obcecada com astrologia e astronomia, que acredita que o marido abduzido está prestes a voltar. O trailer é muito bonitinho e já dá uma noção da beleza do curta completo.

A dona do pecado dos outros
 Com direção de Carlos Silva e tendo um viés de humor, esse filme é sensacional. Ele fala sobre uma mulher que vai até um padre falar sobre os absurdos dos pecadores que estão ao redor dela. Achei a ideia genial e uma forma bem interessante de criticar essa perspectiva de julgar os erros dos outros o tempo todo, enquanto ignora os seus. Apesar da produção ser independente, o roteiro é muito engraçado e dá pra ver no Youtube.

Chapa
 Esse é outro filme com aspecto mais humorístico e, sob direção de Fabio Montanari, se passa durante a Copa do Mundo que foi sediada no Brasil. É uma crítica leve e engraçada ao hábito de gourmetizar as coisas, combinada com a declaração de que no fundo a gente realmente gosta muito mais de aconchego. O trailer está disponível na internet.

O Melhor Som do Mundo
 Preciso de um momento de silêncio antes de falar sobre esse filme. Meu ascendente em câncer não aguentou e meus olhos encheram de lágrimas com essa história linda. O curta foi dirigido por Pedro Paulo e narra a história de um garoto que é obcecado por colecionar sons e que está em busca do mais bonito de todos. E é tudo contado com uma delicadeza de derreter o coração. Dá pra conferir o trailer aqui e já estou de dedos cruzados pra que seja postado na íntegra algum dia.

Espaço Protegido
 O curta alemão foi dirigido por Zora Rux e fala sobre assédio sexual e como lidar quando esse tipo de crime pode afetar toda a conjuntura de um grupo. Ele propõe uma discussão maravilhosa e tem falas incríveis que, sinceramente, mereciam muito mais visibilidade. O trailer não está legendado, mas dá pra entender um pouquinho da dinâmica.

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