Alguém lembra que, há alguns séculos, eu falei sobre uma categoria do blog que eu queria começar chamada Resenha de Quinta? A ideia é resenhar livros na quinta-feira e a primeira obra escolhida foi, obviamente, o meu amorzinho: A cidade do Sol. Depois disso, acabei não resenhando mais nada, mas, hoje, resolvi retomar a ideia, falando sobre Garota Online, da Zoe Sugg.
GHOSTWRITING E A POLÊMICA NA INTERNET
ghostwriting = quando algo (pode ser um livro, um artigo, uma reportagem ou qualquer outra coisa) é escrito por alguém, mas os créditos são dados a outra pessoa
A primeira coisa que me fez ler esse livro foi a Zoella. Ela é uma youtuber britânica super fofa e é parcialmente autora dele. Parcialmente porque descobriram que ela teve ajuda da Siobhan Curham, uma escritora que trabalha para a editora Penguin.
O que ninguém sabe é até onde essa ajuda foi, já que a Siobhan postou no blog dela que tinha recebido o desafio de escrever um livro em 6 semanas numa época que coincide com período de anúncio, mas a Zoe disse que os personagens e a história tinham saído da cabeça dela. Com toda essa polêmica, fica difícil não ficar curioso para ler, especialmente se você já acompanha a youtuber há algum tempo.
ENREDO
O livro fala sobre uma garota (uau!) que tem um blog anônimo em que fala sobre tudo que acontece na vida. Só que ela é praticamente uma versão exagerada e caricaturesca da Anastácia, de Cinquenta Tons de Cinza. Ela tem a maravilhosa habilidade de cair em todos os lugares e fazer tudo de forma desastrada, exatamente como a nossa queridíssima que se apaixona pelo Christian Grey.
Os pais dela são organizadores de casamentos temáticos e recebem a proposta de fazer um casamento nos Estados Unidos (eles moram na Inglaterra) no estilo de Downtown Abbey e a levam, junto com o melhor amigo dela, para Nova York.
Só que tá tudo dando muito errado: a auto-estima dela tá horrorosa, o ciclo de pessoas com quem ela convive é horrível, um vídeo dela passando vergonha viralizou na internet e ela ainda tem que lidar com ansiedade e ataques de pânico. A viagem surgiu num momento ideal para ela tentar mudar as coisas.
Esse é o máximo que eu aconselho que você saiba. Sério, dicona de ouro: não leia a sinopse. Felizmente só a li depois de terminar o livro porque ela entrega quase tudo que acontece. Prefiro ir lendo e descobrindo as coisas aos poucos porque a experiência é muito mais completa, por isso aconselho que fiquem longe dos spoilers.
RITMO DE LEITURA
Quase dormi durante as primeiras páginas. Era tudo dramático demais, exagerado demais, qualquer evento era digno de um monólogo de ó, mundo cruel, por que me deste essa cruz?, então deu uma preguicinha. Sei que é sobre uma garota de 15 anos com problema de ansiedade, mas tem umas cenas com um apelo tão forte para deixar claro que ela é desastrada que fiquei agoniada.
Felizmente, isso só dura até a viagem de Nova York. A Penny decide mudar a própria vida e a forma com a qual lida com o que acontece e isso faz uma diferença enorme na narração. Além disso, um personagem aparece e deixa as coisas bem mais interessantes. Pra mim, é aí que a história começa de verdade.
Depois disso, a leitura fica muito mais leve e rápida. Tem uns clichezões? Tem. Mas, também tem sacadas inteligentes e engraçadas e cenas muito fofas, então, no geral, é muito gostoso de ler.
É importante saber que é uma escrita que se encaixa muito mais com o público infanto-juvenil que com o jovem-adulto, mas continua sendo uma experiência legal para quem lê YA e uma ótima obra para quem tá começando a ler em inglês porque o vocabulário é muito fácil.
OPINIÃO FINAL
Senti falta de um pouquinho mais de desenvolvimento dos outros personagens porque os únicos personagens com personalidade elaborada são os dois protagonistas e o melhor amigo da Penny (alguém me ajuda a decidir de se odeio ou adoro esse garoto?), com quem tem uma situação extra acontecendo.
Fora isso e os problemas das primeiras páginas, achei muito legal. Pelo que li, vai ter uma continuação e, se for verdade, vou ficar louca para ler também. É um romance meio Sessão da Tarde, daqueles que não dá pra não achar fofo e shippar muito, então, vale a pena. Três estrelas e meia.
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